Os Meninos que Enganavam os Nazistas

Olá queridos leitores, como estão?
Que tal uma história real passada no holocausto? Hoje iremos falar sobre a história de Joffo e seu irmão Maurice em Os Meninos que Enganavam os Nazistas.

FICHA TÉCNICA

Título: Os meninos que enganavam os nazistas

Autora: Joseph Joffo

Editora: Vestígio

N° páginas: 320

Sinopse

Paris, 1941. O país é ocupado pelo exército nazista e o medo invade as casas e as ruas francesas. O poder de Hitler se mostra absoluto e brutal na França… É durante um dos períodos mais turbulentos da História que a emocionante narrativa de Joseph e Maurice se desenrola. Irmãos judeus de 10 e 12 anos de idade, eles perambulam sozinhos pelas estradas, vivendo experiências surpreendentes, tentando escapar da morte e em busca da zona livre para ganhar a liberdade. Essa é uma história real, autobiográfica, cuja espontaneidade, ternura e humor comprovam o triunfo da humanidade e da empatia nos momentos mais sombrios, quando o perigo está sempre à espreita... “Os meninos que enganavam nazistas” conta a fantástica e emocionante epopeia de duas crianças judias durante a ocupação, narrada por Joseph, o mais jovem.

 Opinião da Byh

Quem me conhece sabe como sou fascinada pelas histórias sobre o holocausto. Não sei responder exatamente o por que, acho que é um misto de dar valor a vida, saber da história, ter noção de até onde o ser humano chega com seus pensamentos, o medo de que aconteça novamente.

" Ela nos ajudou a vestir nossos casacos e nossos cachecóis, esticou nossas meias. Sorria sem parar, e sem parar suas lágrimas escorriam.

Nossa infância tinha terminado."

Os meninos que enganavam os nazistas é contado por Joseph um dos sobreviventes do holocausto. Joffo como era chamado, morava em Paris vivia bem com sua família, ele era o mais novo dos irmãos, andava para cima e para baixo com Maurice que era alguns anos mais velho que ele, seus irmãos mais velhos ajudavam o pai no salão de cabeleireiro e sua mãe dona de casa.

Infelizmente a mente doente do Fuher chegou a Paris, os judeus começaram a usar a tão famosa estrela amarela até começarem a  ser caçados ali também. Seu pai ao perceber o que estava para acontecer decidiu separar a família para que fosse mais fácil fugir e se manter vivos, sendo assim Joseph e Maurice partiriam para um lado, os irmãos mais velhos e seus pais para outro.

Imaginem só duas crianças saírem sozinhas no mundo em um pais que esta em guerra, sem nenhum adulto para lhes proteger ou ajudar, sem documentos... pois ai é que seria pior. Foi exatamente isso que aconteceu com eles. 

"Sempre rindo, o padre belisca minha bochecha.

- Os meninos estão comigo."

No caminho encontraram pessoas que os ajudaram, enfrentaram trens lotados, caminharam arduamente até esfolarem os pés, sentiram fome, frio, sede aventuras, trabalho, se mantiveram firme ao dizer que não eram judeus para não morrer (o que depois ao contar a história Joffo foi questionado por isso), foram pegos viram cenas horríveis acontecer em sua frente, mas enfrentaram tudo como dois adultos fortes e inteligentes. 

"Ele está ali. Foi quem me empurrou com o cano de uma metralhadora.

Talvez vá me matar. A metralhadora está apontada para o meu nariz"

Gente é simplesmente uma linda história de luta e sobrevivência de duas crianças que enfrentaram talvez não o pior da guerra mas enfrentaram muita dor e obstáculos para sobreviver àquela época, tiveram de ser fortes e ter sangue frio para enfrentar tudo o que enfrentaram.

Nesta nova edição somos presenteados com um Posfacio, Diálogo com meus leitores aonde Joffo conta sobre os dois filmes que foram lançados, conta sobre algumas perguntas que leitores fizeram, quais foram suas respostas e as que acrescentariam mais alguma coisa ao responder. Achei isso o máximo e super fofo.

Vou deixar aqui umas duas passagens de seu Posfacio:

"Isso para dizer que havia realmente de tudo naquela França desorientada. Por exemplo, um médico que salva dois meninos judeus - Deus sabe o por quê -, embora tenha enviado centenas de outros para os campos de concentração. Havia também  os 'passadores'  que arriscavam a própria vida para ajudar os fugitivos a chegar à zona livre... e aqueles que roubavam tudo desses mesmos fugitivos ants de abandoná-los no meio do mato."

(pág 268)

  

A próxima passagem vou resumir um pouco para ir ao ponto final do Posfacio. Joffo ao ir a uma escola falar sobre seus livros é surpreendido por um relato do diretor. Certa manhã o diretor encontrou os alunos trocando insultos " Cachorro Judeu! Porco semita, volte pro seu país!", ao interrogar os alunos ele descobriu que não passava de uma brincadeira, que eles estavam imitando Joffo, de Os meninos que enganavam os nazistas." e eles eram judeus. Agora a nota do autor:

"... que me parece o mais importante: não me desagradou ver minha aventura transformada numa brincadeira de criança. Ficaria ainda mais feliz se ela continuar sendo; desejo do mais fundo do meu ser que os adultos nunca mais queiram brinca disso.

Joseph Joffo

Junho 1992"

 (pág 284)

Espero que eu tenha conseguido plantar uma sementinha de curiosidade quanto a esta obra e que ela agora faça parte da sua lista de desejos.

Até a próxima.